por Ed Jr.

Abigail (“Abigail”), dirigido por Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, dupla da Radio Silence Productions responsável por “Pânico V” e “Pânico VI”, é o mais recente – e promissor! – filme de terror que tem tudo para entrar no rol de destaques do gênero nesses últimos anos.

Tudo começa quando um grupo de criminosos invade uma mansão e sequestra uma bailarina de doze anos, filha de um rico e poderoso homem do submundo, para tentar conseguir um resgate de US$ 50 milhões. Sob as ordens de Lambert (Giancarlo Esposito, “The Mandalorian”), mandante do sequestro, os bandidos levam a garota para um casarão isolado fora da cidade, entretanto, logo descobrem que não estão lidando com uma garota normal.

O grupo é formado por Joey (Melissa Barrera, dos últimos filmes “Pânico”), Frank (Dan Stevens, da série “Downton Abbey”), Sammy (Kathryn Newton, “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”), Rickles (William Catlett, da série “Raio Negro”), Peter (Kevin Durand, da série “The Strain”) e Dean (Angus Cloud, da série “Euphoria”). Além deles, também fazem parte do elenco Alisha Weir, no papel de Abigail, e Mathew Goode como o pai da garota.

Vampiros não são novidade no mundo cinematográfico e dificilmente vemos algo diferente nos filmes do gênero, mas Abigail – felizmente – até consegue fugir um pouco da mesmice. Apesar de não reinventar a roda (crianças vampiras já foram bastante utilizadas em outras jornadas), a dupla responsável pelo projeto consegue transitar bem entre comédia e terror (como já fizeram no ótimo “Casamento Sangrento”), transformando a obra numa saborosa mistura de ingredientes diretamente retirados de “Esqueceram de Mim” e “O Homem nas Trevas”.

A fórmula ‘terrir’ funciona e, apesar de ser responsável por alguns jump scares bem previsíveis, a vampira vivida por Alisha Weir é bastante interessante. A performance da jovem atriz se sobressai ao alternar momentos graciosos e delicados (lembremos que ela é, supostamente, apenas uma criança inocente ¬¬) como ao dançar os movimentos do Cisne Branco ao som do balé O Lago dos Cisnes, e momentos de puro terror gore ao perseguir, decapitar e drenar o sangue de suas vítimas (ou, como a própria vampira diz: ‘sua comida’).

A trupe de sequestradores é basicamente um catado de estereótipos. A enfermeira mãezona, o policial que se corrompeu, o brutamontes que não é tão inteligente, o viciado, a patricinha hacker, etc… Alguns são completamente desnecessários e outros poderiam ser mais bem aprofundados, porém, não é a ideia aqui. Assim, cada um funciona bem no que lhes é proposto e todos servem perfeitamente para o objetivo final: presas que serão caçadas e provavelmente desmembradas no tabuleiro de Abigail.

Enfim, Abigail tem seus vacilos e ignora algumas ‘regras’ já estabelecidas do mundo vampirístico, mas, justamente por não se levar a sério, entrega um resultado deveras divertido: bons efeitos especiais, vampiros explodindo e muito sangue. Entretenimento certo!

Nota: 8,5/10

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