Filmes e Tal (est.2010)

por Johnny Ribeiro 

O filme conta a história de Katrina (Isis Valverde – “Faroest Caboclo”, ”Malasartes e o Duelo com a Morte”), uma famosa vlogger de moda, e Fernando (Gil Coelho – “O Peregrino”, “Duas de Mim”), um não tão famoso vlogger nerd. Em uma situação de desespero, os dois se conhecem e se apaixonam, mas logo eles percebem as repercussões do amor de pessoas de dois mundos diferentes. Dirigido por Anita Barbosa. O filme também conta com a participação de João Côrtes, Carol Pontes e César Cardadeiro, além de contar com personalidades da internet brasileira como Rodrigo Fernandes e Thaynara OG.

O maior problema atualmente de filmes de terror talvez seja a sua fórmula. Todos eles seguem uma mesma fórmula e não trazem nada de novo. Exceções que acabam se tornando grandes filmes são filmes que saem dessa fórmula como Get Out, Cabin in the Woods e talvez Saw. Esses filmes fazem o que a maioria dos filmes de terror não consegue mais fazer atualmente: trazer algo novo para o espectador. Talvez pela sobrecarga de filmes de terror nos últimos anos, ou talvez pela vontade de ganhar o máximo de dinheiro com algo que leva as pessoas ao cinema independente de qualidade, mas o gênero de terror como um todo está em decadência.

Você deve estar muito confuso agora. Você definitivamente não esperava ler sobre filmes de terror numa review de uma comédia romântica. Mas comédias românticas têm o mesmo problema que os filmes de terror: não trazem nada de novo. Tente identificar qual filme eu estou falando: Duas pessoas de mundos diferentes se encontram e se apaixonam rapidamente. Algo acontece e eles acabam terminando, e depois de perceberem os seus erros, os dois voltam e vivem felizes para sempre. Difícil identificar um filme em específico né? Mas quando você entra em um filme e sabe exatamente o que vai acontecer nos primeiros minutos, algo está errado. “Ah! Mas qual filme de comédia romântica não é assim? ”. Justo. Mas isso não deveria ser uma justificativa pra produzir um filme de qualquer jeito. E talvez About Time também seja uma resposta a essa pergunta, mas deixa quieto.

Amor.com tenta trazer personalidades e temas da internet brasileira, principalmente do YouTube, para o cinema para inovar, mas mesmo assim eles seguem a fórmula principal e o espectador não sente nada de novo. Ao focar demais nos personagens principais, os personagens secundários acabam não tendo arcos ou tendo arcos muito mal elaborados e com conclusões absurdas. E talvez essa falta de atenção na história deles tenha repercutido na direção, pois a maioria dos atores secundários tiveram uma atuação bem fraca, em especial os amigos do Fernando.

A atuação dos personagens nem é o único problema com o roteiro. Geralmente, em comédias românticas, os personagens chegam em uma mesma conclusão antes de ficar junto no final, mas nesse filme os dois personagens chegam a conclusões completamente diferentes. Não é porque o filme tem que entregar algo novo para o espectador que ele pode trazer algo absurdo. Além disso, talvez o maior problema do filme é que ele não é engraçado. Eu não lembro de uma piada ou situação em que eu realmente ri. Ele força a maioria das piadas em situações constrangedoras ao invés de engraçadas de fato e isso desgasta com o passar do filme.

Entre os personagens principais, o destaque vai pra Isis Valverde apesar de não ter sido lá essas coisas. De início eu tinha achado muito forçada a sua atuação mas ao conhecer melhor a personagem Katrina deu pra perceber que esse era de fato o tom necessário da personagem. O personagem de Gil Coelho é raso mas o ator consegue trazer um certo nível de carisma. Outra coisa boa que o filme faz é a exploração do tema do filme, que é a questão da manutenção da imagem de uma pessoa pública e como isso afeta a vida pessoal dela. Essas situações de manutenção da imagem movimentam a trama de filme de uma forma natural e fluida (tirando o final retardado).

Nota: 3/10