Filmes e Tal (est.2010)

por Amanda Leite

Homem-Aranha: De Volta ao Lar dirigido por Jon Watts (“Clown” e “Cop Car”) é um filme estadunidense de ação, aventura e ficção científica, lançado no ano de 2017.

Peter Parker (Tom Holland, “Capitao America: Guerra Civil” e “O Impossível:) após atuar ao lado dos Vingadores (e esperar ansiosamente que volte a acontecer), retorna ao Queens e volta para sua vida “normal”, combatendo os pequenos crimes nas redondezas. Até o momento que ele se depara com a gangue do Abutre e percebe que essa pode ser a sua maior missão.

A Marvel mostra cada vez mais que ela se enraizou e vai ficar por muito tempo no mundo cinematográfico. Tendo uma bom roteiro, Homem-Aranha é mais um dos filmes desse universo que demonstra solidez e comprometimento na hora de elaboração.

Jon Watts deixa claro que ser novo não quer dizer nada e deu conta do recado: pegou um dos maiores heróis da Marvel (queridinho do Stan Lee) e entregou um ótimo filme. Recheado de easter eggs de filmes clássicos (como “De Volta Para o Futuro”) e das próprias histórias do Homem-Aranha.

As atuações são boas e sólidas, com rostos que já conhecidos e também rostos totalmente novos, não existe personagem que deixa a desejar na hora de contar e evoluir a história. Cada um deles, apesar de termos origens rápidas, deixam bem claro suas características e personalidades, sendo assim evoluindo bem.

E falando em origens, mais um acerto na hora de elaborar o filme. Jon Watts aproveitou que este é o sexto filme sobre o herói e percebeu que contar mais uma vez a história do cabeça de teia era totalmente desnecessário. Se apoiou no fato de o Espetacular ser extremamente recente e apenas citou a origem do herói, sendo assim o filme não se tornou maçante com mais 30 minutos de um menino que é picado por uma aranha. Outra origem breve, porém de grande valia, é a do vilão. Apesar de ser rápida e objetiva, conseguiu mostrar seus motivos e nos familiarizar com ele, criando nossa empatia em relação ao mesmo.

Tom Holland surpreendeu e entregou um novo cabeça de teia (após 5 filmes isso é uma missão), sendo esse um personagem autêntico e divertido, principalmente quando estava em cena junto a Jacob Batalon (“North Woods”) que interpreta Need Leeds, o melhor amigo de Peter. Michael Keaton (“Birdman” e “Beetlejuice”) dispensa comentários, já mostrou seu potencial em outros filmes e não foi diferente no seu papel de o Abutre.

Confesso que uma das coisas que me incomodou foi o fato de Marisa Tomei ser sempre representada como “a tia gata de Peter Parker”. Entendo quando o filme quer que o público se identifique mais, e pra isso, como diz Stephen McFeely, estão tentando fazer Peter “tao naturalista quanto possível… Isso é em parte porque sua tia não tem 80 anos, se ela e a irmã de sua mãe morta, porque ela tem que estar duas gerações a frente?”. Porém, a sensação que me trouxe foi de que a Tia May estava ali só pra ser objetificada, ser a tia gata onde todos ficam fazendo piadas ou babando por ela.

Como nem tudo é um mar de rosas, confesso que me senti um pouco entediada em alguns momentos ( NAO, NAO ME MATEM), a verdade é que a Marvel encontrou uma fórmula e vem aplicando-a em seus filmes. Lógico, time que está ganhando não se mexe. Mas isso traz um ar de “eu já vi isso antes”. A fórmula da Marvel se tornou previsível, os filmes tem a mesma cara, ainda mais quando suas piadas “Marvelescas”* também são.

A Marvel aprendeu como fazer filmes blockbusteres. Hoje o público de seus filmes é o mais variado possível e isso é bom, ela abriu as portas para um universo que antes era fechado. Hoje vemos mulheres e homens das mais variadas idades indo até ao cinema para assistir um filme de herói.

Parabéns mais uma vez Marvel, não esperava menos!

Nota: 8/10

*Marvelesca: forma carinhosa que chamo as piadas da Marvel.

*Robert Downey Jr. não precisa de comentários já que pra mim ele e o Homem de Ferro.

*Por favor, só parem com tanta piadinha em relação a Tia May.