Review: Lino – Uma Aventura de Sete Vidas (2017)
por Amanda Leite *Nota da Autora: Demorei alguns dias para começar a elaborar a crítica já que a primeiro momento foi um daqueles que você sai reclamando de 1h30 da […]
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por Amanda Leite *Nota da Autora: Demorei alguns dias para começar a elaborar a crítica já que a primeiro momento foi um daqueles que você sai reclamando de 1h30 da […]
por Amanda Leite
*Nota da Autora: Demorei alguns dias para começar a elaborar a crítica já que a primeiro momento foi um daqueles que você sai reclamando de 1h30 da sua vida jogadas fora. Mas esses dias foram bons para tentar fazer algo que não fosse simplesmente “NÃO ASSISTA”. Lino é aquele filme que veio para tomar pedrada por um bem maior.
Lino: Uma Aventura de Sete Vidas dirigido por Rafael Ribas (“O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes”) é um filme de animação brasileiro e lançado no ano de 2017.
Lino (Selton Mello) é um animador de festa que se considera a pessoa mais azarada do mundo. Cansado de sofrer nas mãos das crianças em seu trabalho e de tudo na sua vida dar errado Lino resolve ir atrás de um guru que alega conseguir mudar a sua vida.
A história de Lino aparentemente é boa, ou tem tudo se não fossem alguns empecilhos aqui ou alí. É uma história infantil com bastante situações fantasiosas e com uma boa lição de moral no final do filme. Mas o que aconteceu?
O Brasil vem conquistando cada vez mais espaço dentro da industria cinematográfica, a cada filme lançado percebemos ainda mais a proximidade (ou a igualdade) perante as grandes industrias norte-americanas (principalmente), mas ainda temos buracos a serem explorados, animações é um desses. O fato é, que desde os meados de 2010 o país não criava nada do tipo, até chegar a animação Minhocas (dirigido por Paolo Conti e Arthur Nunes) , somos ainda embrionários nessa área e isso fica claro na animação de Ribas.
Lino é um filme confuso (se você já tiver uma certa idade), a princípio temos a sensação de que estamos a assistir um curta metragem, e essa sensação não sai ao longo do filme. Quando trago este adjetivo para classifica-lo é por questões técnicas não muito bem trabalhadas: o roteiro poderia ter tido um melhor desenvolvimento. É simples entender o que digo quando vemos a imensa quantidade de informações apresentadas e de plot holes (plot holes everywhere), toda essa mistura traz um aspecto de série animada: uma história contínua com pausas para o próximo capítulo.
Porém levando a crítica para além das telas, temos um país num ramo não explorado (direito) até então, pouco tempo e um baixo orçamento, sim senhoras e senhores, para quem achou que seria só tiro porrada e bomba, lá vem a parte boa. Com dois fatores bastante delicados, Lino traz uma animação que não deixa a desejar perto das norte-americanas quando levamos em consideração a qualidade visual. Como um todo, desde toda a concepção até os detalhes o filme traz extrema qualidade.
Temos também os dubladores, dando um maior destaque a Dira Paes (“Ó Paí, Ó” e “Dois Filhos de Francisco”), já que ela desenvolve e encaixa perfeitamente a sua personagem, a policial Janine,. Selton Mello faz um bom trabalho e talvez seja o que mais me agradou, não por ter sido o melhor trabalho, mas a voz de Mello nos traz uma sensação de conforto (“Estamos em casa”), as formas de colocação de Selton foi o que ainda me tirou umas risadas. Paola Oliveira faz um bom trabalho de coadjuvante mas sem grandes destaques.
Os alívios cômicos do filme foram um dos maiores erros do filme (algo excessivo e sem necessidade), os dois policiais ajudantes de Janine parecem dois drogados abestalhados, você passa o filme se questionando (“Por quê colocariam duas pessoas assim na polícia?”), só que temos o chefe de polícia e aí entendemos (“É por isso”). A criança que acompanha Lino e Don Leon, o mago, é uma cópia de Boo de Monstros S.A apesar de ser extremamente fofa causa uma sensação de “Ah, já vi isso antes”. E Don Leon, o mago causador do caos, é ainda mais desordenado que Victor, o “amigo” e vizinho de Lino.
Enfim, como dito antes, Lino é aquele filme que vem pra tomar pedrada, apesar de acreditar que talvez parado para refletir um pouco mais as coisas teriam se ajeitado melhor, podemos compreender os motivos dos pontos fracos do filme. Toda a trama é visivelmente destinada a um público infantil com menos de 12 anos, e isso que traz um pouco do desafeto já que estamos acostumados com uma geração de histórias animadas voltadas a um leque maior, atingindo de crianças até adultos.
De todo modo, o filme é agradável, não é apelativo e extremamente infantil, talvez sejam os motivos para os adultos o questionarem tanto.
Nota: 5/10
*As vezes não entendo necessidade de um Brasil vira-lata, americanizando alguns as coisas.
*A lição de moral do filme é legal.
*Tinha hora que me questionava se eu tivesse usado drogas, eu não teria entendido melhor e aproveitado mais o filme.