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O “Bruxo de Northampton”, Alan Moore é um escritor inglês que, junto a muitos outros, revolucionou a forma de produzir as histórias em quadrinho. Nascido em novembro de 53 em Northampton, Inglaterra, Moore é considerado um dos ou o melhor autor de HQ’S.

Vindo de uma família de classe operária, cresceu em uma parte de sua vida uma área considerada indigente, com altos índices de analfabetismo. Moore teve seu primeiro contato com a classe média ao ir para o ensino médio, e de melhor aluno do primário, passou a ser o pior aluno do ensino médio. Alan relata que:

 “amava lá (Northampton). Eu amava as pessoas. Amava a comunidade e… Eu não sabia que existia outra coisa além daquilo”.

Em 1970 o escritor teve a “surpresa” de ser expulso de sua escola por traficar LSD, com isso, aos 17 anos Moore estava desempregado e sem formação acadêmica, já que nenhuma outra escola queria o aceitar. Com isso, percebeu que deveria se dedicar arduamente, o que  fez que tivesse diversos serviços como:  limpador de banheiros e cuidador de couro. Mas também foi nesse tempo que foi se adentrando no mundo das histórias em quadrinho.

Moore se mostrou apaixonado pela escrita desde cedo, no final de 1960 começou a publicar poesia e ensaios em fanzines, eventualmente montando seu próprio, Embryo. Teve suas histórias publicadas em revistas alternativas como Anon, Back Street Bugle e Dark Star.  Seus primeiros trabalhos remunerados, no entanto foram ilustrações de Elvis Costello e Malcolm McLaren para a revista de música  NME.

Pouco tempo depois, conseguiu publicar uma série chamada Roscoe Moscow na revista de música semanal Sounds. Assim como seus trabalhos na  NME , Moore para publicar  Roscow Moscow utilizou o pseudomino Curt Vile[1].  Entre 1979 a 1986, Moore começou a colaborar com jornal Northants Post ,  publicando uma tirinha chamada  Maxwell the Magic Cat e utilizando o pseudônimo de Jill de Ray.

Morre percebendo que seu forte não era o desenho, a fim de aprimorar sua escrita, procura Steve Moore, seu amigo de longa data. E é nessa época que decide enviar um roteiro para  Juiz Dredd , um das series mais antigas e mais bem sucedidas de uma das maiores revistas do Reino Unido, a  2000 AD. Sua passagem por essa célebre editora rendeu roteiros em histórias de:  Furture Shocks, Skizz, D.R. and Quinch, a Balada de Halo.  Foi também nesse período, entre 1980 – 1984 que Alan Moore passou pelas editoras  Marvel UK e Warrior.

Na  Marvel UK, Moore escreveu algumas histórias avulsas para as revistas  Doctor Who Weekly e Star Wars Weekly. A terceira empresa a qual ele passou, foi a  Warrior , e foi nela que ele trouxe histórias de  Miracleman, V de Vingança, The Bojeffries Saga.

Ainda na década de 80, Moore resolve abrir o jogo e declarar que havia parado de trabalhar para todas as editoras britânicas, exceto a ICP. Ele falou ao fanzine Arkensword que “puramente pela razão de que a ICP, até agora, evitou mentir para mim, me enganar ou, de maneira geral, me tratar que nem merda”.  Junto a outros autores, resolveram denunciar a indiscriminada renúncia de todos os direitos que eles teriam. Por conta de declarações como essas é que Alan Moore cortou relações com diversas empresas durante sua trajetória.

O trabalho de Moore na 2000 AD  chamou atenção do editor da  DC Comics  na época, então logo foi convidado pela editora para escrever O Mostro do Pântano. E para a não surpresa de todos, Moore reforma toda a história do Monstro , traz personagens esquecidos de volta, cria novos, e faz com que uma história em declínio se transforme em uma das mais renomadas dele e da editora. Com essa mistura de personagens, questões sociais e ambientais ao lado da fantasia e do horror, Monstro do Pântano é uma das histórias em quadrinho mais aclamada e respeitada.

Foi também na era DC Comics que Moore nos traz a história O Que Aconteceu Com o Homem do Amanha?[2] , Batman – A Piada Mortal[3], e também a HQ considerada a melhor da história: Watchmen[4]. Devido a questões de direitos autorais e merchandising dessa história, Gibbons (o  desenhista da mesma) e Moore brigaram com a editora, o que fez com que o escritor partisse para a carreira independente (Big  Numbers, Do Inferno, Lost Girl) . E em 1993, o roteirista voltou para à indústria mainstream de quadrinhos, fazendo isso através da Image Comics, conhecida por sua diferente forma de produção, sendo mais chamativa, violenta, e hiper sexualizada. Na Image, Alan colaborou com histórias de:  Spawn, Youngblood, WildC.A.T.’s.

No fim do século XX, Moore recebeu a proposta de ter seu próprio selo, que chamou de  America’s Best Comics . O selo ficaria sob controle da companhia de  Jim Lee,  a  WildStorm Productions. Para a infelicidade do autor, a WildStorm foi vendida pouco tempo depois para a odiada DC Comics, mas com uma viagem de Lee e o editor Scott Dunbier  a Londres, além da quantidade de pessoas envolvidas no projeto, Moore não desistiu da ABC, sendo lançada no início de 1999.

A primeira série publicada pela ABC[5] foi  A Liga Extraordinária, logo após veio  Tom Strong¸a série  Promethea, Tomorrow Stories, Top Ten, entre outros.

Com a fusão das empresas, as obras de Alan Morre começaram a ser adaptadas para o cinema, o que fez que o escritor começasse uma campanha de difamação contra todos os envolvidos, alegando que “não viu e não gostou” de nenhuma adaptação, também deixou claro que suas obras foram deturpatadas. As obras que foram adaptadas foram: Do Inferno (2001), A Liga Extraordinária (2003), V de Vingança (2005), Watchmen (2009) e a mais recente A Piada Mortal (2016)[6].

Voltando a sua “independência”, Moore lançou nos últimos anos Dodgem Logic,  uma vez ou outro publica um capítulo de A Liga Extraordinária e o livro Jerusalem.

Em 2016, Alan Moore confirma sua aposentadoria na elaboração de histórias em quadrinhos regulares.

Alan Moore é um gênio no quesito escrita, além de suas crenças, Moore de fato é um mago quando falamos de elaboração de histórias. O que nos deixa mais intrigados e admirados é sua capacidade de recriar personagens, a arte de “passar uma borracha” no existente e renova-los. Suas histórias têm fortes influências filosóficas, antropológicas, sociais e históricas, o que mostra que apesar da sua “falta de estudo convencional” isso não influenciou em sua expertise. A verdade é que apesar do seu gênio “complicado”, Alan Moore é digno de aplausos.

O mago é daqueles escritores que merece ter uma coleção encadernada, com capa dura e guardada no saquinho.

 

Confira algumas de suas obras-primas:

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[1] Alan Moore usou alguns pseudôminos em sua vida: Curt Vile, Jill de Ray, Translucia Baboon, The Original Writer.

[2] Antecedeu a Crise nas Infinitas Terras

[3] A origem do Coringa mais aceitada pelo público

[4] Simplesmente a melhor história em quadrinhos

[5] America’s Best Comic’s

[6] Fiquem ligados porque vão rolar críticas dessas produções e comparação com as histórias em quadrinho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

WIKIPEDIA – ALAN MOORE

OMELETE: BIOGRAFIA – ALAN MOORE

 

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