O-Hobbit-–-A-Desolação-de-Smaug-Divulgação

Por Thandy Yung

Chega aos cinemas do mundo inteiro nesta abençoada sexta-feira 13 O Hobbit: a desolação de Smaug, segundo filme da trilogia baseada na obra de J.R.R.Tolkien – autor também de O Senhor dos Anéis (LOTR). O que Peter Jackson entrega é um filme lindo (oi, Nova Zelândia), completo, emocionante e intrigante – mas sem sair dos seus moldes.
O primeiro filme da trilogia foi muito criticado por ser arrastado demais e ter muito “bla bla bla”. Nesse aspecto, A Desolação de Smaug ganha pontos e tem muito mais cenas de ação.
Mas vale lembrar: a Terra Média não é a Miami Beach de Velozes e Furiosos. Existe muita história para contar, e se você espera elfos rodopiando e orcs correndo durante todo filme, nem se dê ao trabalho de comprar o ingresso. As lutas estão lá – e assim como em O Senhor dos Anéis, são épicas – mas elas não são o filme.
Pausa para falar de uma grande polêmica: “existe motivo para dividir em três filmes”? Sim. Apesar de ser apenas um livro, a história de O Hobbit é muito cheia de minúcias. Se fosse contada em apenas dois filmes, tudo seria explicado de maneira rápida e superficial, o que é muito injusto com a detalhada obra de Tolkien.
Momento da segunda polêmica: em alguns aspectos, o filme é bem melhor do que o livro. Calma, eu explico. Existem passagens na obra literária, como a cena dos barris, que tem grande potencial cinematográfico, mas são pouco aproveitadas nas páginas. Nesse sentido, palmas para toda a equipe de adaptação, que consegue extrair de cenas não tão boas assim, momentos de tirar o fôlego. Os destaques, para mim, são as cenas dos barris e os momentos com  o dragão Smaug dentro de Erebor.
Saindo da zona das polêmicas, Smaug é – indiscutivelmente – o melhor dragão da história do cinema. Tanto em personalidade, quanto graficamente. Gollum/Seméagol já tinham mostrado ao mundo o poder da boa tecnologia, mas em Smaug isso se torna ainda mais assustador. Os olhos e expressões faciais do dragão exalam maldade e ganância, impossível não ficar tenso enquanto ele tenta te matar com palavras antes de cuspir fogo.
E, falando em ganância, o foco do filme aos poucos começa a mudar. Cada personagem libera – alguns sutilmente, outros nem tanto – sua paixão por ouro, poder ou pelo UM anel. Dessa forma, convivemos mais com outros anões, que antes eram apenas citados. Ponto positivo, pois deixa de concentrar a simpatia do público apenas em Bilbo. Bilbo esse que se mostra muito mais sagaz do que o Hobbit “respeitável” que saiu do Bolsão um ano antes.
Não dá para falar de Hobbit 2 sem falar do “retorno de Legolas” (tu dum tss). Se quando você assistiu LOTR achou o elfo foda (desculpa, não tem outra palavra que possa definir ele), prepare-se para querer tatuar o nome dele na sua pele. O que vemos na primeira trilogia é o orelha-pontuda aposentado. Essa versão 60 anos antes é muito mais ágil, preciso e porradeiro, chegando a brigar na mão com orcs. Ainda no universo élfico, funcionou muito bem a sacada de Jackson de criar a personagem Tauriel (Evangeline Lily), a elfa equilibra a ausência de personagens femininos na obra de Tolkien e acrescenta muito às batalhas e ao enredo.
Por fim, vale falar que o último corte do segundo filme foi filho da puta (desculpa, mais uma vez, pelo palavrão). Em meio à batalha extrema e à morte iminente de todos os personagens, a câmera fecha em um Bilbo assustado e o filme termina (leve spoiler, selecione para ler). Sensação de “nãããããããão” e de ficar puto por ter que esperar um ano para ver como tudo termina.
Amanhã vou assistir em 48 FPS, e aí eu adiciono um ps. no post sobre isso.

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