Filmes e Tal (est.2010)

por Paulo Mansur
RESUMÃO:

3 personagens principais:

Caco (Felipe Rocha)
Vadão (Daniel Furlan)
Julia (Leandra Leal)
Caco é dublê.
Julia é chef de cozinha.

Vadão é o alívio cômico.

Caco vai pedir Julia em casamento.
Julia está transando com o chefe dela.
Ele é argentino.
Caco flagra os dois.
Vadão fica boladão embebeda e sequestra Caco.

Caco acorda sabendo do plano de Vadão de ir pra Argentina comer geral.
La Vingança.

Vamos lá.. 2 brasileiros: um brasileiro corneado por um argentino, o outro doído com a cornice alheia vão para Argentina “passar o rodo”.

O filme é bobo? Claro que é. Mas com um plot desses, é a proposta, e é cumprida bem, inclusive.

Existem (como tudo na vida), muitos pontos positivos e muitos pontos negativos.
Vou ressaltar alguns aqui, baseados na minha visão enquanto espectador.

PONTOS POSITIVOS

Apesar de ser um filme sobre a relação homens x mulheres, a melhor química é a dos dois protagonistas. Muito legal, não sei se já eram amigos, mas passou bem a ideia, foi bacana.

O personagem do Vadão é o alivio cômico, e isso obviamente dá mais destaque pra ele, mas há que se tirar o chapéu para o personagem do Caco, que é muito bem interpretado pela Felipe Rocha. Tão bem interpretado que dá uma agonia do cacete!

Obviamente, por estarem na Argentina, eles encontram muitos argentinos. Nada é perfeito, ne?
A brincadeira com a rixa é sempre divertida, mas tem um ponto negativo que a gente conversa depois.

Uma coisa que eu achei legal: todos os atores são muito legais em cena, principalmente as mulheres. E para mim, a química que melhor fluiu foi a  dos dois com a personagem Constanza , que aparece no meio da zona toda.

A personagem da Lupe, uma cantora argentina itinerante é muito legal. Ela é um ótimo contraponto do Caco, sem contar que a atriz é feita para a câmera.

Outro ponto positivo: saí do filme com a impressão muitas cenas que estavam lá, foram improvisadas, principalmente pelo Vadão.

E principalmente, o fato do filme ser bilíngue é muito bacana, foi uma parceria muito bacana.

PORÉM, já que estamos em uma crítica, e não numa carta de elogios,  vamos aos (muitos)

PONTOS NEGATIVOS

A historia central é “fraca”. É uma coisa só: Sou corno / meu amigo é corno.
Fora isso, acabou.

Porque temos que ir à Argentina? Porque o Caco é corno.
Porque temos que transar? Porque você é corno.

O personagem do Vadão foca tanto nesse ponto que chega a ficar chato.
“ok, entendemos, ele é corno. E aí?”

Esse é um problema do Vadão. Ele é o alívio cômico do filme, e o ator manda bem nisso.
Porém, o personagem é raso, fica só nisso. E ponto.

Aliás, os dois personagens masculinos são rasos.  São só o sentimento primário (sou corno / tenho que comer mulher) e acabou. É raso.

Esse é o mesmo problema que eu tenho com a richa Brasil x Argentina.
(Rixa não. Não existe rixa quando se é melhor que eles. )
TODOS já ouvimos as mesmas piadas,  maradona / pelé, argentinos isso, brasileiros aquilo.
E as cenas com os argentinos é SÓ isso.
Sobre o roteiro: o roteiro se perde. Quando outras historias aparecem (como a da Constanza), elas são perdidas, não são aproveitadas.

Fazendo uma análise pessoal (não li a versão do diretor), me pareceu que: o filme não é sobre a relação do Caco + Julia, é sobre a relação do Caco + Caco, e do Vadão + Vadão.  A viagem é sobre as próprias necessidades. O Caco tem que deixar o passado com a Julia pra trás, e o Vadão precisa amadurecer e parar de tratar mulheres como objetos.
Talvez por isso eu tenha achado o andamento do filme truncado. Porque acabam sendo 2 protagonistas, ao invés de um só.
As histórias se confundem, o foco se perde, e os argumentos ficam rasos.

E no final das contas:

Recomendo o filme?
Recomendo!

Nota: 7/10
É uma diversão bacana, não te dá raiva de ter investido no ingresso, mas não espera muita coisa.

Paulo Mansur, para o Filmes e Tal.
ELENCO
Felipe Rocha – Caco

Daniel Furlan – Vadão

Leandra Leal – Julia

Aylin Prandi – Lupe

Anita Pauls – Constanza

Adrian Navarro – Facundo