por Ed. Jr

Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal (Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile), outra produção sobre um dos mais famosos serial killers de todos os tempos, é dirigido pelo documentarista Joe Berlinger (“A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras”) e adaptado do livro “The Phantom Prince: My Life with Ted Bundy”, escrito por Elizabeth Kloepfer – ex-noiva de Bundy – sob o pseudônimo Liz Kendall. 

Baseado em fatos reais, o filme é uma cinebiografia de Ted Bundy (Zac Efron, “O Rei do Show”, “Tirando o Atraso”), serial killer necrófilo que matou, pelo menos, 30 mulheres em sete estados norte-americanos durante a década de 1970. Bundy se tornou famoso em todo o país, em parte por causa da fama de sedutor, que o levou a conquistar várias fãs, e em parte por ter efetuado sua própria defesa nos tribunais. A trajetória do psicopata é contada do ponto de vista das mulheres que amou: sua ex-noiva Liz Kendall (Lily Collins, “Tolkien”, “Okja”), e Carole Ann Boone (Kaya Scodelario, franquia “Maze Runner”, “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”), amante que o apoiou durante o longo julgamento nos tribunais.

O elenco também conta com Haley Joel Osment (“Sexto Sentido”), Jim Parsons (seriado “The Big Bang Theory”), Angela Sarafyan (seriado “Westworld”), John Malkovich (“Bird Box”), entre outros.

Obcecada por crimes e julgamentos, desde seriados e documentários até filmes na TV e no cinema, Hollywood apresenta agora uma versão não tão conhecida do assassino: a de homem apaixonado e padrasto carinhoso. Lembremos que tudo ocorre sob a ótica de Liz, ex-noiva de Bundy, então não se deixe enganar!

Baseado nas memórias de Liz, Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal pode parecer quase uma defesa ao monstro, pois, ao contrário do ótimo documentário também dirigido por Joe Berlinger, “Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy”, aqui não temos testemunhos e entrevistas de pessoas ligadas ao caso para escancarar a perversidade de Bundy, e sim o modo como ele aproveitava seu jeito sedutor e seu carisma para enganar uma(algumas) mulher(es) apaixonada(s).

Para nos mostrar a maldade de Ted, a ideia de Berlinger não é trazer corpos esquartejados, mortes brutais e sangue para todo lado, mas usar e abusar do suspense em cenas corriqueiras (a faca na mão usada para preparar o café da manhã, a mão percorrendo o pescoço de Liz num beijo do casal e até o foco no caco de vidro espalhado no chão após um copo cair), tudo para deixar uma pulga atrás da orelha do espectador e criar a tensão de que qualquer pessoa pode ser um psicopata.

Quem dá vida ao assassino é Zac Efron em uma atuação digna de aplausos. Efron capta com perfeição os trejeitos, o sorriso de canto de boca e os olhares tão sedutores quanto diabólicos. Impressionante como ele ficou parecido com Bundy! Lily Collins e Kaya Scodelario são praticamente coadjuvantes, mas vão muito bem como duas mulheres que, ingênuas e apaixonadas, são completamente enganadas pela mente doentia do serial killer.

Com um roteiro correto e certeiro, Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal é uma produção interessante e com uma abordagem diferente do habitual (até a ótima trilha sonora é escolhida para disfarçar a maldade por trás do ‘bom-mocismo’ do protagonista). Contrariando os filmes sobre assassinos em série, não há poças de sangue e inúmeros corpos espalhados na tela, o maior choque é mostrar que o mal pode ser qualquer um e que, de fato, não tem face.

Nota: 7,5/10
Dica: Assista ao documentário “Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy”, disponível na Netflix! Excelente para conhecer mais a verdadeira personalidade de Bundy…

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