por Johnny

Quando Glória (Anne Hathaway – “The Dark Knight Rises”, “Interstellar”) vê sua vida desmoronar, ela se vê forçada a voltar pra sua cidade natal onde é recebida por Oscar (Jason Sudeikis – “Angry Birds”, “Dormindo com as Outras Pessoas”), seu amigo de infância. Logo depois, um misterioso monstro gigante começa a atacar o outro lado do mundo e Glória aos poucos vai percebendo que a vida que ela achava ser insignificante tem um impacto colossal no mundo. Dirigido por Nacho Vigalondo com Dan Stevens (“A Bela e a Fera”, “Uma Noite no Museu 3: O Segredo da Tumba”).

Anne Hathaway é uma atriz genial. Em filmes não tão bons, ela consegue entregar o que filme precisa por parte dela (vide os dois últimos filmes de Alice no país das maravilhas) e em filmes bons ela ainda consegue se destacar. Colossal é mais uma confirmação do trabalho que ela vem fazendo ao longo da carreira em emplacar. Minha surpresa foi definitivamente com o Jason Sudeikis. Eu não esperava que ele pudesse fazer um papel que não fosse de comédia tão bem quanto ele fez nesse filme. Seu personagem é complexo e muda de uma hora pra outra, o que eu vou falar mais um pouco mais pra frente. Excelente performance do ator. Foi quase o que eu senti ver Jim Carey sendo um gênio do drama em Eternal Sunshine of the Spotless Mind.

Eu entrei no cinema sem saber do que se tratava o filme. Eu fui literalmente ver o primeiro filme que eu ainda não tinha visto e que não tinha review ainda no site. Ver esse filme sem saber nada e ver a história se desenrolando foi uma excelente experiência que vale muito a pena e tem meio que se perdido ao longo dos anos com a internet e os trailers que contam tudo.

O filme é basicamente um filme de ficção científica, e nos momentos onde ele foca nisso, ele é muito bom. A ideia principal do filme é algo que eu nunca tinha visto e foi muito bem explorada. Porém, em vários momentos do filme, ele trata sobre alcoolismo e responsabilidade do mesmo jeito que um drama comum (bem feito, mas comum) faria. Não me entendam mal, eu acho muito bom e apoio 100% a ideia de inovar no cinema, mas Colossal acaba não conseguindo criar uma identidade. O filme passa de tons leves e engraçados para algo pesado e sério muito rápido e fica esse gostinho de que os temas não se misturaram direito. Essa mudança de tons pode ser vista também na trilha sonora que, apesar de não ser tão marcante, coloca o filme na atmosfera necessária para o que está acontecendo na tela.

Outro problema que eu encontrei no filme também foi como as motivações do Oscar. foram apresentadas. Mudar muito de personalidade durante o filme não foi um problema até a metade do terceiro ato, onde um diálogo mudou completamente o que se entendia pelas motivações do personagem mas sem explicar direito o porquê de ele se sentir assim. Após refletir um pouco, é possível entender o personagem tranquilamente mas parece que o filme ou deixou de fazer um ou dois diálogos que explicariam isso melhor ou quis deixar aberto. Deixar questões abertas para especulação em filmes é algo comum que pode até cair muito bem como em Donnie Darko e Nocturnal Animals, mas o filme tem que ter uma história que se encaixe nisso, senão acaba sendo mais uma mistura que não deu muito certo. Não me entendam mal. O que eu entendi das motivações do Oscar são muito boas e caem muito bem no filme, dando mais profundidade ao personagem do que se parecia ter até a metade do terceiro ato.

Apesar de eu ter falado mais mal do que bem, o filme é muito bom e com certeza vale a pena prestigiar tentativas de inovações no cinema.

Nota: 7/10

 

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