Review: Um Lugar Silencioso (2018)
por Johnny Após a dominação do planeta por criaturas cegas que caçam com som, um pai* de família (John Krasinski) tem que proteger sua família a qualquer custo e fazendo […]
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por Johnny Após a dominação do planeta por criaturas cegas que caçam com som, um pai* de família (John Krasinski) tem que proteger sua família a qualquer custo e fazendo […]
por Johnny
Após a dominação do planeta por criaturas cegas que caçam com som, um pai* de família (John Krasinski) tem que proteger sua família a qualquer custo e fazendo o mínimo de barulho possível. Dirigido por John Krasinski com as participações de Emily Blunt, Millicent Simmonds e Noah Jupe. Produzido por Michael Bay.
Quantos de vocês já fizeram cara feia quando eu escrevi Michael Bay? Não que isso não tenha fundamento (Transformers pode fazer isso com uma pessoa), mas A Quiet Place é completamente diferente.
John Krasinski destrói não só em uma performance sólida e emocional como consegue tirar uma excelente química entre a família e ótimas atuações com a sua direção. Em um filme onde os personagens não podem falar, expressão corporal tem que ser mais forte para mostrar as emoções pro espectador de forma convincente, exaltando o potencial de bons atores. Emily Blunt já mostrou um excelente serviço tanto em filmes mais recentes como No Limite do Amanhã ou A Garota do Trem como no início de sua carreira como em O Diabo Veste Prada e mais uma vez se mostra como uma das melhores atrizes da indústria com Um Lugar Silencioso. A mistura de medo com cautela dela nos momentos mais tensos do filme mostram muito bem isso. Uma grande surpresa foi da atriz surda Millicent Simmonds que entrega momentos fortíssimos na trama trazendo uma personagem forte e inocente ao mesmo tempo.
Apesar de não ser o primeiro a colocar um deficiências auditivas (é, eu sei que não é bem assim, mas é bem perto) em um filme de terror, A Quiet Place traz uma mistura bem pouco explorada no gênero com maestria. Um dos problemas dos filmes de terror é não conseguir trazer algo novo para o espectador experiente no gênero, e mesmo não sendo 100% original no que tange a suspenses, traz um ar ainda fresco pros fãs. O filme consegue entrar no espectador de uma forma única. Se você ver esse filme em um silêncio, sem ninguém conversando com você ou fazendo comentários, você sai da sessão fazendo o mínimo de barulho possível de tão imersiva a experiência no cinema.
Em uma entrevista, Trey Parker e Matt Stone (criadores de South Park) disseram que uma das formas de contar uma boa história é pegar os elementos dela e verificar como eles se conectam. Se as conexões são geralmente feitas por “por isso” ou “entretanto” então quer dizer que sua história está em um caminho bom, mas se elas são conectadas por “e aí”, você está com problemas. Por exemplo: Fulano tem um cachorro. E aí Fulano vira ateu. E aí Fulano fez um curso de programação. Nada disso é contraditório, mas tudo isso é tão desconexo que tira um pouco da empatia do espectador. A Quiet Place conecta muito bem sua história com “por isso”s e “entretanto”s. Claro que isso não acontece 100% do tempo, mas os momentos mais importantes possuem conexões boas.
O filme não é perfeito. Algumas coisas fazem pouco sentido no filme. Nada a ponto de irritar o espectador, mas é notável. Porém, o que pode irritar bastante o espectador é a questão dos jumpscares. Eles são extremamente desnecessários no filme. A história e as performances do longa são bons o suficiente para dar a tensão que um filme de suspense precisa. “Um jumpscare em um filme de terror é que nem um humorista ir na plateia e fazer cócegas nela. Tecnicamente, ele fez as pessoas rirem“**. Mesmo que fosse muito necessário arrancar uma reação, a maioria dos jumpscares do filme são 90% efeito de som e 10% algo assustador acontecendo de fato.
O terceiro filme dirigido por John Krasinski, A Quiet Place está entre os melhores filmes terror dos últimos anos. Tente ver esse filme fazendo o mínimo de barulho possível. Ficar conversando na sala de cinema já é ruim, mas pra esse longa em especial, faz uma diferença grande na experiência.
Nota: 9,5/10
* Os personagens tem nome, mas nenhum deles é chamado pelo nome no filme. Eu só descobri nos créditos
** Não sei quem falou isso pra creditar, se você souber me dá um toque!