por Ed Jr.

Lançado no início do ano em alguns países da Europa, finalmente chega às telonas brasileiras A Casa do Medo (Ghostland), novo e premiado thriller psicológico/terror do diretor francês Pascal Laugier (“Martyrs”).

Após herdar a casa de sua falecida tia do interior, Pauline (interpretada pela cantora Mylène Farmer) se muda para o imóvel com suas filhas adolescentes Beth (Emilia Jones, “Amaldiçoada”), que adora contos e histórias de terror, e Vera (Taylor Hickson, “Deadpool”), a rebelde que odiou a repentina mudança. O que parecia ser uma primeira noite tranquila no novo lar se transforma em horror e pânico quando violentos criminosos invadem o local e atacam a família, obrigando o trio a lutar pelas próprias vidas.

Alguns anos se passam e, enquanto Beth (Crystal Reed, seriado “Gotham”), agora uma famosa escritora de livros de terror, vive uma vida perfeita em Chicago com seu marido e filho, Vera (Anastasia Phillips, seriado “Reign”), que não conseguiu lidar com o trauma, passa os dias reclusa com a mãe na casa onde o ataque aconteceu. Tudo muda quando Beth volta ao local e estranhos eventos começam a acontecer, mostrando que o pesadelo de dezesseis anos atrás ainda não terminou.

O elenco conta ainda com Kevin Power (“Os Cavaleiros do Apocalipse”), Rob Archer (“Homem-Formiga e a Vespa”), Mariam Bernstein, Alicia Johnston, Ernesto Griffith, dentre outros.

Em 2008, Laugier e seu excelente Martyrs passaram a figurar como estrelas do New French Extremity, movimento do cinema francês marcado pelo terror psicológico com violência explícita e extremamente pesada (“Alta Tensão”, “A Invasora”, etc). De lá pra cá o diretor passou praticamente despercebido e agora volta com força em A Casa do Medo.

O roteiro é intenso: há o choque gore/slasher inicial, a construção das personagens e a reviravolta, tudo isso sem perder tempo com pontos desnecessários. Ainda que existam alguns clichês e jump scares batidos, nada disso atrapalha o bom andamento da trama.

Assim como em Martyrs, Laugier expõe as protagonistas à situações de puro pânico e tensão, onde são violentadas física e psicologicamente, causando no espectador aquele desconforto e repulsa típicos do gênero (nesse ponto vale destacar também a excelente atuação do elenco que consegue transmitir ao público toda a dor, desespero e horror vividos pela família – destaque para Crystal Reed).

O visual do filme é outro acerto da produção do francês: a casa bizarra (espelhos, móveis antigos e bonecas por todos os cômodos), a fotografia/iluminação dão o usual tom macabro e a maquiagem é muito bem feita.

Enfim, A Casa do Medo é, definitivamente, surpreendente… E mais, para aqueles que gostam do extremismo francês e já acompanham o trabalho do diretor, é imperdível. Definitivamente vale o ingresso!

Nota: 8,5/10

Curiosidade: a atriz Taylor Hickson move um processo contra os produtores do filme por conta de um acidente durante as gravações em 2016. Na cena, a personagem de Hickson deveria bater as mãos numa porta de vidro e, segundo os advogados, a atriz foi instruída por Laugier a bater mais forte. Seguindo as instruções do diretor após este afirmar que a ação seria totalmente segura, Hickson bateu na porta e o vidro acabou se quebrando, causando um corte profundo em seu rosto e uma posterior cicatriz. De acordo com os advogados de Hickson, além do dano psicológico advindo do acidente, várias oportunidades de trabalho foram perdidas pela atriz, prejudicando sua carreira.

 

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