por Ed Jr.

A Odisseia dos Tontos (Odisea de Los Giles), dirigido por Sebastián Borensztein (“Kóblic”, “Um Conto Chinês”), é uma comédia dramática argentina baseada no livro “La Noche de La Usina”, escrito por Eduardo Sacheri.

Em uma cidade distante na província de Buenos Aires, durante a crise econômica que atingiu a Argentina em 2001, um grupo de moradores liderados por Fermín Perlassi (Ricardo Darín, “Relatos Selvagens”) decide reunir a quantia de dinheiro necessária para comprar alguns silos abandonados em uma propriedade agroindustrial e iniciar uma cooperativa para fomentar a economia do local. Mas, mesmo antes de poderem executar o projeto, um golpe faz com que eles atinjam o fundo do poço e reajam diante da injustiça.

O elenco conta ainda com Luis Brandoni (Fontana), Chino Darín (Rodrigo Perlassi), Verónica Llinás (Lidia Perlassi), Carlos Belloso (Medina), Rita Cortese (Carmem), Andrés Parra (Manzi), Daniel Aráoz (Belaúnde), entre outros.

Num universo de blockbusters de super-heróis e efeitos especiais, é praticamente impossível não ser surpreendido com produções básicas, mas ao mesmo tempo bem construídas. Representante argentino na corrida pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2020, A Odisseia dos Tontos é um exemplo dessa boa e surpreendente simplicidade (e também um exemplo de como o cinema argentino continua bem sucedido nessas comédias dramáticas históricas).

A trama se desenvolve em torno de um roteiro que aborda o ‘Corralito’ – crise político-econômica que assolou a Argentina no início dos anos 2000 – e como o Estado lidava com os pobres e os pouco afortunados. Vale lembrar que se trata de uma ficção, portanto, o acerto da produção é não ser focada em tentar dar uma aula de história – ainda que tenhamos diálogos políticos entre um bakuninista e um peronista -, e sim nos mostrar como a vida de um grupo de pessoas simples foi afetada pela crise e pela ganância da qual foram vítimas no inescrupuloso golpe.

O filme de Borensztein mescla bons momentos de drama e comédia, aventura e ação, desenvolvendo bem os personagens e suas relações como um grupo. Um tipo de feel good movie que prende o espectador com toda a empatia causada pelos improváveis justiceiros em busca de sua merecida vingança.

Claro que grande parte do sentimento é passada pelo elenco, que faz um excelente trabalho! O excepcional Ricardo Darín mais uma vez cumpre as expectativas e entrega um ótimo protagonista (elogiar Darín é chover no molhado…), acompanhado de perto pelas atuações de Luis Brandoni, responsável por várias citações anarquistas, e Carlos Belloso, que entrega ótimos alívios cômicos em seu papel ‘Loco’ Medina.

A Odisseia dos Tontos é uma produção despretensiosa, e com alguns clichês, sobre um grupo de ‘tontos’ carismáticos e bem reais que te mantém interessado e ligado durante as quase duas horas. Basicamente, um filme de heróis improváveis que não te cria expectativa, mas que com certeza vai te fazer sair do cinema com um sorriso no rosto.

Nota: 8/10

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