por Dan Costa

Raramente quando eu vejo um trailer de filme brasileiro, eu tenho vontade de assistí-lo nos cinemas. Isso aconteceu com o Assalto ao Banco Central, que teve um trailer bem produzido e uma história bem interessante. Pena que o filme não consegue segurar toda a expectativa que o trailer gera.

Para quem não sabe, Assalto ao Banco Central conta a história do famoso assalto acontecido em Fortaleza, em 2005. Considerado o segundo maior assalto a banco do mundo, os ladrões conseguiram levar quase 165 milhões de reais em dois dias de operação. Não se sabe quanto do filme é realmente baseado nos fatos de 2005, mas dá pra perceber que muita coisa na película é ficção.

O filme começou muito bem, com cenas de sexo e heavy metal tocando ao fundo, fazendo com que o expectador espere um filme frenético e cheio de ação. O diretor Marcos Paulo, faz sua estréia nas telonas com esse filme e é muito nítido isso. Ele é muito experiente com novelas mas aqui ele ainda está muito cru. O filme tem sérios problemas de cadência, o roteiro parece ser enlatado diretamente dos EUA, e a trilha sonora foi muito forçada. No mesmo filme pude escutar trilhas que poderiam ser utilizadas facilmente em Jogos Mortais, qualquer filme dos Trapalhões (na cena que eles estão bolando o plano), e pornô dos anos 70. Botavam música de fundo em horas que não deveriam, me dando aquela sensação de filme  B feito especialmente para a TV.

As atuações foram OK. Fiquei feliz de não ver os mesmo atores que fazem 90% dos filmes brasileiros, como Selton Mello, Tony Ramos, Glória Pires e aquela Fabíula-sei-lá-o-quê, que sempre faz papel de amiga e/ou puta. Claro, todos têm suas qualidades mas o cinema brasileiro está saturado deles. Em Assalto ao Banco Central temos o ótimo Milhem Cortaz (Tropa de Elite) no papel do chefão, Barão. Cortaz tem muito talento mas ainda falta um pouco para ele carregar um filme nas costas. O galã Eriberto Leão faz o papel de Mineiro, um dos mais espertos do grupo de assaltantes. Ele é o cara que mantém a calma no grupo e faz par com Carla, retratada pela bela Hermila Guedes (Baixio das Bestas). O trio de mal-caráteres ditam o filme. Os pontos fracos ficam por conta de Giulia Gam e Lima Duarte na pele dos delegados Telma Monteiro e Chico Amorim respectivamente. Duarte atua na base do xingamento e seus maneirismo nos remetem diretamente às novelas. Ele é um ótimo ator… na TV! Giulia Gam é a detetive lésbica que nunca encontra a namorada e fica no telefone tendo DR. O jeito que ela manuseou sua arma durante o filme, me fez perceber que ela não teve treinamento.

Resumindo: Estou botando na categoria “ação” mesmo sentido que é um “drama”. Mesmo com esses erros, Assalto ao Banco Central tensa ousar e ousa em alguns momentos mas peca em certo amadorismo na edição e roteiro. Com toda a sinceridade, o filme ganhou pontos comigo por tentar fugir de sertão, miséria, favela e Selton Mello. Vale a pena ver? Com certeza, mas não espere muito.

Nota: 6/10

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