por Ed Jr.

Midsommar – O Mal Não Espera a Noite (Midsommar), esperado filme de suspense/terror do competente diretor Ari Aster (“Hereditário”) e lançado em junho nos EUA, finalmente chega às telonas brasileiras oficialmente – alguns cinemas fizeram sessões especiais na sexta-feira, dia 13/9.

Após vivenciar uma tragédia pessoal, Dani (Florence Pugh, “O Passageiro”) vai com o namorado Christian (Jack Reynor, “Transformers: A Era da Extinção”) e um grupo de amigos até a Suécia para participar de um festival no solstício de verão a convite de Pelle (Vilhelm Blomgren), amigo sueco de Christian. Mas, ao invés das férias tranquilas com as quais todos sonhavam, o grupo vai se deparar com situações e rituais bizarros de uma comunidade de adoração pagã.

O elenco conta ainda com William Jackson Harper (Josh), Will Poulter (Mark), Ellora Torchia (Connie), Archie Madekwe (Simon), entre outros.

Uma coisa é certa: é muito difícil descrever Midsommar – O Mal Não Espera a Noite. Os primeiros minutos trazem um tom dramático, a trama passa pela – pasmem! – comédia e mistura nisso tudo um suspense com terror e violência gráfica em determinadas cenas. Apesar de soar estranho, isso é uma marca de Ari Aster. Como em “Hereditário”, o diretor transita entre os gêneros com alguns alívios cômicos, deixando o espectador mais ‘à vontade’ antes e durante o choque.

Diferentemente do filme de 2018, entretanto, aqui temos muitos ambientes coloridos, paisagens abertas e bastante luz, numa aparente impressão de paz. Focado no terror antropológico, sem entidades sobrenaturais e afins, o diretor constrói detalhadamente a tensão em seu folk horror por meio dos estranhos comportamentos da comunidade, causando aquela insistente pulga atrás da orelha, confirmada com as cenas fortes de terror explícito.

Por outro lado, o maior defeito da produção talvez seja a velocidade com que a narrativa se desenvolve. Ainda que a trama se passe numa vila calma, envolvente e perturbadora, o ritmo lento acaba criando momentos desnecessários e ‘mortos’, incomodando e cansando os menos interessados.

De maneira geral, o elenco sem estrelas funciona. Os dois protagonistas cumprem bem seus papéis de desconforto no ‘casal por conveniência’, mas a atuação de Florence Pugh definitivamente se sobressai com todo o drama que envolve sua personagem. O coadjuvante Will Poulter merece uma nota por ser responsável pelos alívios cômicos no papel de ‘turista babaca que não respeita outras culturas’.

Finalmente, Midsommar – O Mal Não Espera a Noite não é tão bom quanto “Hereditário”, mas é um filme que incomoda, é tenso e perturbador. Não tem jumpscares, não assusta, e ainda assim consegue chocar. Um terror psicológico, focado inteiramente nas pessoas e seus comportamentos, que acontece à luz do dia em cenários floridos e quase paradisíacos, mostrando que o mal definitivamente não espera a noite… Tem tudo para entrar no rol dos filmes de terror cult.

Nota: 7,5/10

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